Brasileiro acusado de matar namorado francês em Portugal é absolvido em júri popular: 'Um alívio enorme'

  • 13/12/2025
(Foto: Reprodução)
Alexsandro Nascimento da Silva comemora, abraçado com defensora, absolvição de acusação de assassinato de francês em Portugal Cedida Após três dias de julgamento, o Tribunal do Júri em Natal absolveu, na sexta-feira (12), o brasileiro Alexsandro Nascimento da Silva, de 28 anos, acusado de matar o francês Serge Albert Pierre Yves Claude, de 56 anos, com quem teve um relacionamento. A morte do francês aconteceu em Lisboa, capital de Portugal, em 2019. O réu respondia pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e furto qualificado, que poderiam resultar em até 41 anos de prisão, caso fosse condenado. A decisão dos jurados foi pela absolvição de todas as acusações. “Foi um alívio. Um alívio enorme. Saber que foi provado que tudo o que eu falava era verdade. Passei anos sendo acusado por algo que não fiz, só por ser brasileiro”, afirmou ao g1. 📳 Clique aqui para seguir o canal do g1 RN no WhatsApp Alexsandro era réu primário e respondia ao processo em liberdade. A decisão do júri formado por sete pessoas foi confirmada em sentença assinada na noite de sexta-feira (12) pela juíza federal Lianne Motta. Veja reportagem sobre início do júri: Natalense acusado de matar companheiro em Portugal vai à júri popular Acusação teve origem em investigação portuguesa O caso chegou à Justiça brasileira após um pedido de cooperação jurídica internacional feito pelo Ministério Público de Portugal. A denúncia no Brasil foi formalizada em agosto de 2024 pelo Ministério Público Federal (MPF) no Rio Grande do Norte. Segundo a acusação, o francês teria sido morto por asfixia dentro da casa onde morava, em Lisboa, e o corpo foi encontrado dias depois, escondido em uma despensa. A investigação apontava Alexsandro como autor do crime e dizia que ele teria vendido bens da vítima, incluindo um relógio Rolex, e fugido para Natal. Defesa apontou xenofobia e falhas na investigação Durante o julgamento, a defesa realizada pelo advogado dativo Rodrigo Galvão e pelos defensores públicos federais Eduardo Oiveira e Fernanda Evlaine sustentou que Alexsandro foi vítima de xenofobia e racismo, além de falhas graves na investigação conduzida em Portugal. Fernanda Evlaine afirmou que a polícia portuguesa adotou uma linha única de investigação e descartou outros elementos relevantes durante as apurações policiais. “Ele foi vítima de uma xenofobia, de um racismo. Um homem brasileiro, negro, pobre, que acabou se tornando o elo mais fraco da relação. A polícia fechou nele como suspeito e ignorou outras linhas de investigação”, disse a defensora. Segundo a defesa, a acusação não tinha prova direta da autoria do crime. Dados de GPS do celular do acusado indicariam que ele não estava na casa da vítima no momento estimado da morte e outros elementos que não apontavam para Alexsandro teriam sido ignorados. Alexsandro Nascimento da Silva ao lado de equipe de defesa que conseguiu absolvição dele Cedida “Houve o que chamamos de ‘visão de túnel’, quando a polícia foca em um único suspeito e descarta tudo que não leva a ele”, explicou Fernanda Evlaine. A defensora também destacou que o relógio Rolex citado na denúncia teria sido presente dado pela vítima ao então companheiro e vendido para custear a passagem de volta ao Brasil, quando a mãe de Alexsandro enfrentava um tratamento contra o câncer. Réu diz que sofreu preconceito Em entrevista ao g1, Alexsandro afirmou que viveu anos de sofrimento por ser acusado de um crime que não cometeu. Ele contou que trabalhava desde os 13 anos de idade e tinha ido para Portugal para tentar melhores condições de vida para a família, especialmente para a sua mãe, que já tinha diagnóstico de câncer de pulmão. Na Europa, onde trabalhou como auxiliar de cozinha e de entregas, ele conheceu Serge Albert, com quem teve um relacionamento rápido. "Foi um relacionamento de poucos meses. Mas mesmo depois, continuamos amigos. Por sermos estrangeiros, tínhamos um ao outro para conversar", afirmou. Segundo Alexsandro, o francês gostava de presenteá-lo, algumas vezes com presentes caros. Ele afirma que se arrepende de ter recebido alguns desses presentes, que o colocaram como suspeito do crime. "Hoje me arrependo de ter aceitado, porque passei tudo isso por ter aceitado um presente muito caro, sabe? Ele era muito muito apaixonado por mim, querendo me agradar. Pensam que eu o queria por interesse, mas não", diz. Menos de um ano após chegar a Portugal, Alexsandro conta que deixou o país e voltou ao Brasil para acompanhar sua mãe, que havia recebido o diagnóstico de agravamento da doença, com metástase. Ele só soube da morte do ex-namorado já no Brasil, quando a polícia portuguesa o procusou no imóvel que dividia com outras pessoas na Europa. O jovem conta que sofreu preconceito no país europeu, por ser brasileiro, e acredita que essa foi uma das motivações de ter sido apontado como autor do crime. “A gente é muito mal visto lá. Chamam brasileiro de enganador, de bandido. Teve lugar que eu evitava até falar que era brasileiro”, disse. “Meu pai ficou sem comer, emagreceu muito. Ver minha foto na TV sendo chamado de assassino doeu demais”, lembrou. A mãe dele morreu em 2020. Atualmente, Alexsandro trabalha como auxiliar de cozinha em um restaurante na ilha de Fernando de Noronha e pretende reconstruir a vida sem o peso da acusação. Veja os vídeos mais assistidos no g1 RN

FONTE: https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2025/12/13/brasileiro-acusado-de-assassinato-em-portugal-e-absolvido.ghtml


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